terça-feira, 14 de junho de 2011

Colesterol agora é divido em três tipos

Pesquisadores da Universidade de Warwick, no Reino Unido, anunciaram a descoberta do tipo de colesterol mais nocivo identificado até agora. Trata-se, na verdade, de uma forma de LDL com ação ainda mais prejudicial. Conhecido como colesterol ruim, o LDL deposita-se na parede dos vasos sanguíneos, obstruindo a passagem do sangue. A falta da irrigação sanguínea pode levar a um infarto do miocárdio (se ocorrer no coração) ou a um acidente vascular cerebral (AVC), quando a interrupção da circulação se dá em um vaso localizado no cérebro. O trabalho que revelou como se dá a formação do novo gênero de colesterol foi patrocinado pela Associação Britânica para o Coração e está publicada na edição online da revista científica “Diabetes”.

O que os cientistas descobriram foi que, em determinadas circunstâncias, o LDL passa por um processo no qual moléculas derivadas do açúcar juntam-se a ele. Quando isso acontece, o LDL muda de formato. “Essa alteração expõe regiões na superfície do LDL que apresentam maior poder de aderência à parede dos vasos sanguíneos do que o LDL original”, explicou à ISTOÉ Naila Rabbani, pesquisadora do Grupo de Pesquisa de Sistemas Biológicos da universidade e coordenadora do trabalho. O resultado é que esse LDL (batizado de Mgmin-low-density lipoprotein) gruda mais nas paredes das artérias, tornando o acúmulo de gordura mais intenso.Os pesquisadores acreditam que esta é uma das razões pelas quais os diabéticos sejam tão vulneráveis a acidentes cardiovasculares. Nesses pacientes, a concentração das moléculas derivadas de açúcar que modificam a forma do LDL é de duas a cinco vezes maior do que entre os não-diabéticos. Portanto, argumentam eles, é de se supor que os portadores de diabetes apresentem taxas mais elevadas desse colesterol. Além deles, os estudiosos creem que os idosos também sejam mais vulneráveis.Por enquanto, não há medicação específica contra o colesterol supermau. Tampouco há um exame diagnóstico disponível. “Mas estamos trabalhando nisso”, adiantou Naila. A única maneira de se proteger é adotar uma dieta equilibrada, evitando excessos com açúcar e gorduras. “É preciso tentar evitar a oxidação do LDL”, explicou o cardiologista Daniel Magnoni, do Hospital do Coração, em São Paulo.


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