sábado, 9 de julho de 2011

Gabi quer ser a melhor grappler do mundo



Campeã peso e absoluto no Pan Americano, campeã do Mundial Profissional, campeã peso e absoluto no Mundial da CBJJ... Esses são apenas alguns títulos da grande campeã Gabi Garcia, que já foi muito questionada por usar sua genética privilegiada a seu favor. Atualmente Gabi evoluiu e muito o seu jogo, perdeu os quilinhos a mais e segue firme e forte na preparação física com Edson Ramalho. Confira abaixo a entrevista com a lutadora, que falou sobre a expectativa para o ADCC, comentou sua preparação física e técnica e analisou a transição do Jiu-Jitsu para o Submission, entre outros assuntos.

Você conquistou os mais diversos títulos, mas o do ADCC ainda falta na sua prateleira. Como isso te motiva para ir com mais vontade para o torneio?

Então, isso é bem legal, porque as pessoas me perguntam qual é a motivação que eu estou tendo para esse campeonato e eu digo que às vezes é muito bom ser campeão, mas às vezes é muito bom estar no tatame treinando. Eu adoro treinar. Eu adoro poder estar todos os dias no tatame. Essa é mais uma nova motivação: ganhar o ADCC. É um título que eu não tenho, e iria acrescentar muito à minha carreira. Não descansei depois do Mundial porque eu quero ganhar esse título, que dá uma visibilidade grande e que eu ainda não tenho. Estou treinando para isso e me motiva muito saber que vão ter grandes lutas, grandes lutadoras, e eu acho que vou ter uma guerra bem forte pela frente e isso só me motiva a treinar mais sabendo que eu não tenho esse título ainda.

Como está essa preparação?

Eu comecei agora a minha preparação para o ADCC, estou treinando forte, minha preparação física já está voltada para o ADCC. A gente vai dar prioridade agora aos treinos ao invés dos seminários, porque a gente sabe a guerra que vai vir no ADCC. A gente vai fazer dois seminários no norte e depois segue para Nova Iorque para treinar com o Marcelinho Garcia.

Você vai ficar quanto tempo nesse camp com o Marcelinho?

Então, na verdade, a gente começou os treinos aqui com o Fábio Gurgel, ele colocou dois horários para a gente treinar aqui na Alliance: de manhã e à tarde sem quimono. A equipe está bem unida. Tem eu, tem a Luanna (Alzuguir), o Serginho que vão lutar o ADCC, então a equipe está bem unida, chegando mais cedo nos treinos e vindo na parte da tarde para ajudar. Eu acho que esse é o grande diferencial da nossa equipe. É por isso que a gente é tão bem sucedida: por causa da nossa união. Mas, infelizmente, os meninos e até o Fábio vai sair para dar seminários, então a gente vai ficar com um treino mais fraco. Então a gente vai para lá no dia 15 de agosto. Quero treinar com o Marcelinho Garcia, com o Antônio Peinado, Cobrinha. A gente vai ficar lá em Nova Iorque um mês e dois dias treinando para o ADCC, porque ninguém melhor do que o Marcelinho para nos ajudar.

Ainda está sofrendo muito na mão do seu preparador físico?

Então, na verdade, quem me conhece, sabe que o meu jogo mudou muito depois que eu comecei a fazer a preparação física com o Edson Ramalho. Estou muito mais rápida, mais ágil, meu gás melhorou. Hoje em dia eu não consigo mais ficar sem essa preparação física. Se eu fico sem fazer, eu acabo engordando, meu corpo acaba mudando... Então eu acabo não podendo ficar sem a preparação física. Fiquei uma semana sem treinar depois do Mundial e já voltei meus treinos com o Edson, meu foco já mudou totalmente para o ADCC, já estou treinando com snorking e só tenho a agradecer ao Edson por estar do meu lado, acreditar no meu trabalho. Acho que a gente não chega a lugar nenhum sozinho.

Eu não sou campeã mundial sozinha. Eu dependo muito do Fábio, dos meus companheiros de equipe, do Edson Ramalho, do meu nutricionista... É um conjunto de coisas que fazem um campeão. Não consigo mais viver sem a preparação do Edson. Ele é um amigo, uma grande pessoa na minha vida. Vou chegar com o gás sobrando no ADCC. Eu estou me sentindo bem. Se fosse hoje o ADCC, eu já estaria pronta.

Quando você tira o quimono, você sente muita diferença? Como é essa transição para você?

Poxa, muda muita coisa. Eu estou achando muito treino sem quimono. Eu já tinha feito uma temporada de treinos com o Marcelinho no ano passado, e eu treinava uma vez por semana. Já ganhei um Mundial sem quimono, mas não é nada que eu treine sempre. Meu Jiu-Jitsu todo é baseado no pano, na pegada, e aí eu estou tendo que me adaptar, e também às regras do ADCC, e está sendo bem difícil porque o Fábio anda lapidando esse meu Jiu-Jitsu sem quimono porque muita coisa muda.

Estou tendo que me adaptar, fazer uma preparação diferente porque é muito mais rápido, é muito mais ágil e vale chave de calcanhar, valem outras regras que não valem no Jiu-Jitsu, então eu estou tendo que me adaptar a isso, porque vai ser a chance das meninas me ganharem, então eu não posso dar essa chance. Estou me dedicando bastante e tentando adaptar o meu jogo para o sem quimono. Acho que vou chegar em Nova Iorque e o Marcelinho vai me ajudar bastante, o Fábio aqui, e eu espero me dar bem. Tomara que eu consiga também ser a melhor grappler do mundo.

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