quarta-feira, 25 de maio de 2011

Cuidado! A Alliance quer dominar o mundo!


“Não trocaria a minha equipe por um atleta como o Roger Gracie.”
A frase acima é um bom resumo do pensamento de Fabio Gurgel em relação ao seu trabalho no Jiu-Jitsu. O comandante da Alliance valoriza muito mais o trabalho coletivo do que o foco em um grande nome, mesmo que Gurgel não hesite em declarar que Roger é o maior talento do Jiu-Jitsu atual. “Apesar das derrotas, ele está um nível acima até do Xande, que também é um grande competidor”, avalia.
O General
Às vésperas do Mundial 2010, onde a Alliance vai em busca do seu terceiro campeonato por equipes seguido e o quinto no geral, encontramos Gurgel no quartel general da equipe em São Paulo.
O treino de 12h, reservado para os mais graduados, está recheado. Rolando pelos tatames, feras do calibre de Alexandre “Gigi” Paiva, Rubens Charles Cobrinha, Michael Langhi, Bruno Malfacine, Lucas Lepri, Bernardo Faria, Tarsis Humphreys, Antônio Peinado, Luana Alzuguir e Gabrielle Garcia, entre outros
Num pequeno intervalo do treino, Gurgel fala.
Seguindo no tema da frase que abre o post, Gurgel revela o que, para ele, forma uma equipe campeã. “Em primeiro lugar, deve haver seriedade no trabalho. Depois, os atletas precisam confiar no comando da equipe. Em terceiro, cada peça do time precisa sentir que tem uma grande contribuição a dar ao todo, mesmo que não esteja treinando ou competindo”.
Uma quarta exigência para o sucesso é a disciplina, e isso não falta na Alliance. Em um exemplo, Gurgel grita para um atleta que, extasiado com o rola, deita no tatame. “Tá na praia?!”, chama a atenção o chefe, ordenando que o pupilo sente-se com as costas na parede, como os demais.
A preparação para a maior competição do ano segue inabalada, mesmo com o vice-campeonato no Brasileiro, um revés que Fabio Gurgel entende e não dá desculpas: “No sábado, perdemos sete semifinais seguidas e isso fez a diferença no fim. Mesmo assim, fizemos 90 pontos contra 96 da Check mat”.
Langhi e Malfacine
Gurgel volta a sorrir quando perguntado sobre o renascimento da equipe, que em 2002 sofreu um dos maiores rachas da história do Jiu-Jitsu: “Na verdade, os bons resultados dos últimos anos não são frutos de um trabalho de cinco anos, mas de 25. No racha, perdemos vários atletas de ponta da faixa-preta e outros faixas marrons, mas a escola seguiu a mesma. Continuamos formando atletas da mesma forma e aprendemos com os erros. Hoje os atletas da Alliance sabem que se fizerem o trabalho certo, vão ter grandes oportunidades na vida. Não é à toa que não tivemos mais saídas, fora o Gabriel Vella, que na verdade entrou e saiu”.
Bernardo Faria
E 2010? O que é um bom resultado para a Alliance? “Na faixa-preta, queremos chegar a 5 ou 6 finais. Esse campeonato vai ser um dos mais difíceis. Se temos favoritos como Langhi, Malfacine, Cobrinha, Tarsis, Lepri, Marcelinho e Bernardo Faria, as outras equipes também têm grandes atletas. Em relação ao ano passado, acho que chegamos tão fortes quanto”.
Gurgel e Luana Alzuguir
Se a Alliance tem grandes talentos em diversas faixas e, principalmente, em diversos pesos da preta, no absoluto, desde Rodrigo Comprido, em 2000, o time não faz um campeão mundial. Isso preocupa Gurgel? “Não. Acho que temos atletas que podem naturalmente fazer frente no absoluto. Se a inscrição fosse hoje, iriamos de Bernardo e Tarsis. O Faria tá muito bem, ganhou o Pan e o Brasileiro, e o Tarsis é um cara que luta com qualquer um de igual para igual, sem pressão. Na Alliance, a preocupação é formar campeões e o absoluto virá naturalmente”.
Gabi e Peinado
Para terminar, Gurgel fala de Cobrinha. O tetracampeão do pena está treinando duro com o time em São Paulo para chegar ao penta, feito que seria inédito por ser consecutivo e no mesmo peso.  Porém, a ameaça ao sonho de Cobrinha responde pelo nome Rafael Mendes, o prodígio da Atos JJ, que saiu vencedor dos dois últimos encontros (ADCC e Brasileiro) entre os dois. Gurgel não se esconde: “O Rafael é um grande talento, sem dúvida, mas acho que ele não aguenta uma luta com o Cobrinha se os dois abrirem o jogo. O Cobra é um cara que se sente bem em qualquer situação, é muito versátil. Por isso, o Rafael, contra ele e só contra ele, faz aquela guarda que trava o jogo para dar um bote no fim. Nesse Mundial, estamos trabalhando para que o Cobra não permita que a lute fique presa naquela guarda. Com o jogo solto, sou mais o Cobrinha”.
Cobrinha e Lepri
A pouco mais de uma semana do Mundial de Jiu-Jitsu, faça como as feras da Alliance e corra para se inscrever. O prazo termina às 23h59 de 26 de maio, horário da Califórnia.

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