quarta-feira, 25 de maio de 2011

Marcelo Garcia: “Nenhum adversário muda meu jogo”



A trajetória do tetracampeão Marcelo Garcia pode ser traduzida em uma palavra: consistência. O peso médio da Alliance perdeu pela última vez na categoria em 2003, quando foi finalizado em um belo triângulo por Fernando Tererê, outra lenda do esporte. De lá para cá, todas as vezes em que se inscreveu na maior competição da arte suave, o mineiro de Formiga terminou campeão: em 2004, 2006, 2009 e 2010.
Em 2011, Marcelinho, com 29 anos, vai em busca do pentacampeonato. Para isso, terá que fazer frente a grandes talentos da nova geração do Jiu-Jitsu, feras como Claudio Calasans Jr (foto ao lado), Kayron Gracie, Guto Campos, entre outros.
Em mais uma entrevista exclusiva do Blog GRACIEMAG no Mundial, Marcelinho fala do seu treinamento, dá a sua visão sobre o confronto entre experiência e juventude, revela que não muda seu jogo por causa dos adversários e, se não assume o posto de melhor peso médio de todos os tempos, admite que está na briga por causa da sua consistência, lembrando os bons resultados inclusive no absoluto.
Blog GRACIEMAG no Mundial: Você treina apenas com seus alunos em Nova York e só muito perto do Mundial se reúne com os outros pretas da Alliance. Mesmo assim, se mantém no topo. Qual o segredo?
Marcelo Garcia: Não faço isso por opção, mas como saí de São Paulo há muito tempo acabei tendo que me acostumar com o fato de não ter os tops da Alliance treinando comigo. Não tem segredo, sempre prego isso aos meus alunos. Se quer ficar bom no Jiu-Jitsu, treine Jiu-Jitsu. É isso que eu faço. Dou duas aulas por dia e treino forte nessas aulas. Graças a Deus, agora já estou aqui há um bom tempo e já tenho alunos mais graduados, mais duros, o que faz o nível do treino estar sempre melhorando.

Reunido com o time um dia antes do Mundial 2010
Blog do Mundial: Em 2010 você bateu dois talentos da nova geração, Kayron Gracie e Claudio Calasans Jr. A cada ano que passa, fica mais difícil fazer a experiência e a técnica se sobrepor à força e à juventude?
Marcelinho: Penso diferente a respeito das competições. Acho que a parte mais difícil é o treinamento. O resultado, por vezes, nem depende do seu esforço. Você pode se machucar um dia antes, o juiz pode errar, enfim, o meu foco é o treinamento e o corpo sim sente o treinamento. É lógico que com 20 anos você recupera muito mais rápido, mas acho que o que você perde em força e juventude, ganha em experiência, confiança e conhecimento. O Fabio Gurgel, por exemplo, treina duro com todos os alunos!

Contra o jovem Kayron Gracie, em 2010
Blog do Mundial: O Mundial é o único campeonato de pano que você luta no ano. Você acompanha o desempenho dos possíveis adversários ou se preocupa apenas com o seu jogo?
Marcelinho: Eu nunca fui estrategista, nunca mudei meu jogo pra lutar contra esse ou aquele. Talvez, se eu tivesse sido estrategista, poderia ter ganhado algumas lutas que perdi, mas com certeza teria mudado a minha essência, quem eu sou, a minha busca pela finalização, pelo Jiu-Jitsu bonito. Por isso, não estudo ninguém. Lógico que assisto os campeonatos e sei quem está lutando e se destacando, mas os adversários nunca vão mudar o que eu treino e como eu treino.
Blog do Mundial: Os quatro títulos mundiais te dão conforto para se considerar o maior peso médio de todos os tempos?
Marcelinho: Essa é uma pergunta difícil pra me fazer, né? Você tem que perguntar para os outros, mas acho que nesses anos todos de competição, sempre tentei jogar pra frente, sempre me arrisquei. Muita gente esquece, mas sempre cheguei perto do absoluto, apesar do meu peso e isso acho que poucos pesos médios de verdade fizeram!

Colecionando pescoços na campanha do tri, em 2009
Blog do Mundial: Com 29 anos, você já projeta uma aposentadoria das competições no adulto?
Marcelinho: Não penso nisso. Enquanto estiver treinando como adulto, lutarei de adulto. É isso que falo para os meus alunos! Para terminar, quero convidar todos a visitarem meu site mginaction.com.

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